segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Amor-Exigente trabalha 12 princípios para ajudar dependentes




Surgido nos Estados Unidos David e Phyllis York, um casal de americanos com três filhas envolvidas com drogas, o Amor-Exigente foi trazido para o Brasil através do Padre Haroldo J. Rahm, em Campinas, São Paulo




Em Ijuí o Amor - Exigente existe há mais de 12 anos e é uma proposta comportamental, destinada aos pais, orientadores, educadores e familiares em geral como forma de prevenir e solucionar problemas de alcoolismo e drogas com os alunos, filhos, entes queridos. Em grupos de apoio e ajuda mútua eles são encorajados a agir em vez de só falar, levados a construir a cooperação familiar e comunitária.
Coordenador do Grupo de Familiares há 4 anos, Romoaldo Gomes dos Santos conta que o AE começou como um grupo de apoio e “depois teve a Comunidade Terapêutica, que trabalha os 12 princípios do Amor-Exigente, muitos confundem a Comunidade com o que fazemos, nós trabalhamos mais com as famílias e a Comunidade trabalha com os dependentes”, fala. Os dois trabalham ligados, existem em várias cidades do Brasil e da América.
Baseado nas normas os coordenadores trabalham com os familiares para a recepção do dependente químico. “É feita uma reunião por semana, durante duas horas, a dependência química é uma doença comportamental. Muitas vezes por maus comportamentos dos pais, os filhos podem se tornar dependentes químicos. Não adianta mudar só o dependente, na família deve haver uma mudança também”, explica Romoaldo.
Há dois grupos dentro do programa, um que trabalha com as famílias e outro que trabalha com dependentes, “porque as conversa e os assuntos são diferentes, a abertura de sentimentos é diferente, trabalho com a família, pois sou co dependente, minha esposa e meu enteado são dependentes químicos”, diz Gomes. A orientação que os grupos de apoio passam é “que somos a bengala deles, antes a droga era a bengala, hoje somos nós, por isso eles tem que participar das reuniões, um dependente será para o resto da vida dependente químico”, salienta o coordenador.
A maior dificuldade do trabalho é a aceitação da doença, “muitos na metade do caminho desistem, não aceitam as mudanças e as regras, isso é um dificuldade de cada um”, afirma ele. Com relação a própria entidade Romoaldo conta que o que falta seria uma sede, “hoje somos auto sustentáveis, todo dinheiro que arrecadamos conseguimos pagar a federação, pagamos capacitações para os coordenadores, conseguimos transporte e alimentação quando temos eventos, em cada reunião cada um contribui como pode”, comenta.
Ele manifesta que hoje as pessoas estão mais abertas para falar sobre drogadição, “por medo que aconteça na sua casa, estão se focando para pedir ajuda ou saber o que é. Tentamos fazer um trabalho de prevenção também, porém nas escolas ainda há uma certa resistência, precisamos fazer um trabalho continuo, só que muitos nos chamam um vez por ano, não há como se ter prevenção lembrando do problema de vez em quando”, desabafa.
Para ele o problema do vício está ligado com a carência afetiva e com o tempo ocioso que jovens têm. “As escolas são uma porta de entrada para as drogas, a epidemia do crack é só uma consequência, se eles estiverem na rua terão maior oportunidade de conhecer o vício. O incentivo ao esporte, ao artesanato, ter uma escola em tempo integral é valido para retirar e afastar esses jovens desse mundo”, expoem.

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