segunda-feira, 12 de julho de 2010

Para aprender a brincar


“Para as crianças a brincadeira é uma importante experiência de viver as situações reais de forma lúdica, a aproximação dos pais com os filhos é fundamental para o futuro deles, pois brincando se pode ensinar a criança a perder medos e a lidar com frustrações. E é através das brincadeiras e descontrações, que pais e filhos aprendem a se respeitar e a compreender melhor o lugar de um e do outro, suas potencialidades e fragilidades”, é o que diz a pedagoga Rosane Nunes Becker


Existem pais que não sabem como brincar, pois quando ficamos adultos, acabamos achando que brincar requer habilidades especiais. Ainda existe o problema das mães que tem pouco tempo com os filhos, que brincadeiras fazer a noite, no único tempo livre da semana? Para uma criança não há nada mais irritante do que ficar trancada em casa, ou porque está muito frio, ou chovendo lá fora. Estar ao lado do filho brincando, significa fazer parte de um processo de aprendizado. Rosane Nunes Becker, pedagoga, explica que a brincadeira é uma atividade social por excelência. “O brincar na relação de adultos e crianças, pais e filhos se coloca como oportunidade de aproximação, de conhecimento acerca dos sentimentos e pensamentos infantis, dos imaginários, dos faz de conta que expressam desejos e temores, muitas vezes não ditos”, diz a pedagoga.
Para ela o brincar vai muito além da simples fantasia, é um processo permanente de descoberta. “Enquanto um adulto vê apenas uma criança empilhando bloquinhos, muitas vezes não imagina que aquilo significa experimentar as possibilidades de construir e conhecer novas cores, formatos e texturas”, comenta Nunes. Ela fala para os pais acham que não sabem brincar, que a brincadeira é fundamental na constituição dos sujeitos sejam eles infantis ou não, e isso é necessário para reforçar os laços, “isso significa dedicar tempo, esforço e criatividade, muito mais que ter habilidades especificas”. Mesmo que os pais não tenham muito tempo para dedicar aos filhos, Rosane salienta que “a responsabilidade de ser pai/mãe se revela na obrigação de dedicar-se ao acompanhamento e a escuta necessária ao dialogo. Não basta criar normas disciplinares, exigir boas notas se não houver respeito e afeto na formação deste filho”. Segundo ela os filhos esperam por essa atenção, e a brincadeira é o seu meio de “conversar”, descobrir coisas, mostrar o que sabem, o que fizeram na escola.
Se a reestruturação da família para combater problemas como a violência é hoje um os principais desafios da sociedade, o brincar em família seria uma solução, “brincar é fundamental para estreitar os laços de pais e filhos e promover uma sociedade mais humana e melhor”, explica ela. O que as crianças precisam é “do contato e experiências ricas de narrativas, vivenciais coletivas e brincadeiras que envolvam afetividade, raciocínio, habilidades, destreza e alegria”. E faz um alerta, “as crianças que são muito ligadas a brinquedos tecnológicos, estão se privando do contato maior com outras crianças. O computador, a televisão e os vídeo games, ocupam boa parte do tempo das famílias, é preciso resgatar o valor das brincadeiras simples, de palavras, de canções, de jogos múltiplos, das histórias”.
Gato – Mia, mímica, estátua, vivo – morto, dança da cadeira, jogo da forca, brincar com blocos de encaixar, jogos de mesa, fazer casinha, pintar, desenhar, brincar com massinha de modelar são algumas brincadeiras que podem ser feitas dentro de casa. E ainda há uma grande variedade para cada faixa etária. Existem aquelas que irão mexer com o imaginário da criança. Um concurso de dança, por exemplo. Produzir um filme ou uma peça de teatro, deixando que as crianças inventem a história, escrevam o “script”, criem suas fantasias. Separar alguns cobertores velhos e construir uma cabana dentro de casa. Outra atividade divertida e educativa é cozinhar com as crianças. Mas fique de olho principalmente no fogão e nos utensílios cortantes para que nenhum acidente aconteça. Registre esses momentos, as risadas, os desafios de cada jogo.

Um comentário:

Pantera disse...

então, lembrarei disso ao ter meus filhos :D
e sobre as "eternas crianças", os adultos e velhos que brincam e as vezes se excitam mais que as crianças mesmo com a brincadeira, acho isso muito legal